19 outubro, 2008

A «tralha»

Noutros tempos, João Soares ironizava quando a comunicação social falava de cheias em Lisboa, na sequência de cargas de água como as que ontem aconteceram. O então autarca lembrava que, regularmente, essas ocorrências tinham lugar em Algés. No entanto, nas notícias, as cheias da freguesia de Oeiras acabavam por ser coladas à gestão da capital.
Hoje, uma daquelas figuras que Santana Lopes traz sempre consigo (gente sem qualidades humanas ou profissionais que a justifique para qualquer cargo público ou de chefia) e que deve ter herdado o cargo de um correligionário que, em tempos, numa reunião laranja, enfiou um estalo numa colega de partido, por causa de um desentendimento, exigiu o reordenamento do sistema de águas residuais lisboeta.
Agora que intocáveis do jornalismo como Mário Bettencourt Resendes parecem reconhecer – e são capazes de o dizer sem rir – virtudes numa recandidatura à Câmara de Lisboa do pior presidente que por lá passou, talvez valha a pena relembrar a «tralha» que Santana costuma arrastar.
O referido senhor só se notabilizou por, na campanha eleitoral de PSL para Lisboa, ter conseguido angariar prédios inteiros de habitação social para a militância laranja. No entanto, se o chefe que o trouxe já deixou a cidade, ele continua por aí agarrado a uma cadeira de autarca. Mas - já que para a limpeza das sarjetas lá do bairro parece não ter grande jeito - talvez saiba responder a outras questões.
Porque é que foi preciso que Santana Lopes passasse pelo poder em Lisboa para que:
1. Frank Ghery arranjasse viagens regulares em avião privado com o objectivo de resolver o problema do Parque Mayer;
2. Dezasseis mil fogos de habitação social construídos por João Soares ficassem repletos de militantes do PSD;
3. Passasse a haver cheias na cidade.

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