Em Portugal, não há tragédia que não faça emergir um protagonista. Um anónimo que, da noite para o dia, passe a ser um rosto «lá de casa». A vida de António Ramalho, morador no 5.º direito do número 21 da Avenida da Liberdade, mudou radicalmente ao bater da meia noite de domingo passado, quando eclodiu o incêndio no prédio contíguo. Ramalho denunciou, desde a primeira hora, os interesses dos especuladores imobiliários e não foi preciso morder a língua para afirmar que tinha sido «fogo posto». Hoje, Ramalho e outros dois vizinhos, colocaram a Câmara e a empresa proprietária do imóvel devoluto, em tribunal, alegando «incúria». O contestatário do 5.º direito pode ter perdido tudo, mas não perdeu o direito à indignação. Nota-se que há ali potencial de político. O mayor «alfacinha», António Costa, vai ter trabalho aturado para calá-lo.
08 julho, 2008
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