22 dezembro, 2009

O essencial e o acessório

O casamento dos homossexuais e as tricas político-partidárias entre Belém e S. Bento são as cortinas de fumo para enganar o que vai mal no país e a incompetência das pseudo-elites políticas que nos calharam em sorte. D. José Policarpo, escreveu uma carta aos párocos e às comunidades cristãs do Patriarcado de Lisboa e fez um video onde deixou uma mensagem a propósito da quadra. Sensato como poucos, D. José desmentiu o pacto de silêncio com Sócrates sobre a questão que faz tremer o futuro do país, o casamento gay, bem entendido, e pôs o dedo noutra ferida que poucos gostam de perder, um segundo sequer, com ela: a perda da identidade daquilo a que chamamos Natal. Talvez dê um bom debate, no próximo ano. De preferência longe de uma grande superfície. Não vá o espírito do debate ser contagiado pela lógica mercantilista.

Património ao abandono, cidade sem alma

O edifício histórico do Hot Clube de Portugal, na Praça da Alegria, uma das casas de jazz mais emblemáticas de Lisboa, foi esta madrugada consumida pelas chamas. Não muito longe dali, o não menos carismático Ritz Clube, continua a definhar à espera de comprador. A livraria Bucholz encerrou há umas semanas. Ninguém acude à baixa e a zona histórica da capital. Os misteriosos incêndios, que acontecem sempre ao cair da noite ou de madrugada, encarregam-se de fazer o que todos esperam. Com franqueza, não é um Red Bull Air Race que vai devolver a alma a Lisboa, quando o seu âmago é diariamente destroçado. Mas o povinho teima em só engolir pão e circo.
PS: O edífício do Hot Clube era propriedade da Câmara. Mais um argumento revoltante.

Ninguém se manifesta?

Estranha-se qual o motivo por que é que não há um «levantamento popular», como existiu quando o El Corte Inglés e outros interesses espanhóis aterraram em Portugal, tendo motivado diversos manifestos e opiniões pela manutenção dos centros de decisão no nosso país, agora que a empresária(?) Isabel dos Santos, ilustre filha do presidente angolano, continua a fazer shopping por terras lusas, tendo adquirido 10 por cento da ZON.

Este já não foge!

Cristiano contentou-se com o prémio de melhor golo do ano. Messi é o jogador da FIFA em 2009. No próximo ano o trono irá direitinho para o que sobressair mais no Mundial da África do Sul.

21 dezembro, 2009

A(s) Frase(s) do dia

«(Em 2010) viveremos na interrogação sobre a queda ou não do Governo», Francisco Pinto Balsemão, Jornal de Negócios, 21 Dezembro 2009

«O preto é o melhor aluno de Bush»
, Evo Moralez, presidente da Bolívia, sobre Obama, jornal «El Mundo», 21 Dezembro 2009

20 dezembro, 2009

Alegadamente

«Última Hora: Presidente do FC Porto agredido à saída do hotel», lia-se num rodapé da TVI24. Afinal, vendo as imagens, o que havia sido uma agressão, foi transformado, em poucos minutos, noutras estações televisivas, mais ponderadas, «numa tentativa de agressão» ou «alegada agressão». Como factos são factos, o que aconteceu, e o que sabemos, para já, é que um alegado adepto, alegadamente benfiquista, aproximou-se de Pinto da Costa e agrediu, verbalmente, o líder azul e branco, tendo sido afastado de imediato pela polícia no local. Tudo o resto é especulação, um mau exercício de jornalismo e terreno fértil para desencadear a ira das massas.

Para a eternidade

Cristiano Ronaldo já foi o melhor do mundo e deixou de o ser. José Mourinho apresta-se para perder esse «ceptro», na categoria dos treinadores. O jovem Guardiola, 38 anos, conseguiu ontem a proeza de ganhar o sexto título numa só temporada com o FC Barcelona. Se existe magia no futebol mundial, ela mora na cidade catalã. As técnicas que Guardiola usa para motivar os seus pupilos não deixam de surpreender. Na final da Liga dos Campeões exibiu um video verdadeiramente épico com imagens do filme «Gladiador». O Barça levantou o caneco no Olímpico de Roma, derrotando o Manchester. Ontem, antes da final do Mundial de Clubes, bastou-lhe a retórica, tendo terminado a preleccção aos seus «galácticos» com a seguinte fase: «Se perdemos, continuaremos a ser a melhor equipa do mundo. Se ganhamos, seremos eternos». A coisa funcionou. Para a eternidade.

A estranha atracção pelo lamaçal

Nesta guerra surda não há inocentes, só se estranha como é que o Presidente da República, por muito que ele negue, se tenha deixado arrastar para este masoquista jogo na lama, com o povinho assistir.