15 outubro, 2009

Diálogo, diálogo e mais diálogo

Se alguém se deu ao trabalho de contabilizar o número de vezes que o nosso primeiro disse a palavra «diálogo» na alocução que nos caiu no prato ao jantar, agradecia que nos informasse. Dão-se alvíssaras.

O elogio da imagem

De espírito aberto, coração limpo, não de mão estendida, mas de mangas arregaçadas. Assim se podia caracterizar, a la minute, a entrevista de Sócrates à «Visão», aclamada como a primeira entrevista pós-vitória eleitoral. O conteúdo é o habitual, vago, exceptuando a parte em que Sócrates diz que levou uns pontapés e que muitos o julgavam politicamente morto. «Enganaram-se», disse. O resto é o elogio da imagem, como a galeria fotográfica da «Visão» ilustra. A gravata vermelha (o pormenor do nó da gravata e da posição dos pés na galeria de imagens da «Visão» é delicioso) e as mangas arregaçadas, como que a dizer «let's do it», ficam-lhe a matar. Pena não passar tudo de boas intenções. O «esqueleto» do seu futuro governo é disso prova. É preciso mudar algo, para ficar tudo na mesma.Pouca renovação e muita dança da cadeira.

«Caloirada» à solta

Ninguém duvida que as caras larocas mais giras do Parlamento são da esquerda parlamentar. Depois das meninas Drago, Rebelo e Amaral Dias, emerge agora no firmamento de S. Bento a menina Rita Rato, 26 anos, natural de Estremoz, eleita pela CDU. A foto com que ilustramos este post não é a melhor, mas é o que se pode arranjar. Se quiserem ver o potencial político da moçoila o melhor é mesmo comprar a edição do «Negócios» desta quinta-feira. Definitivamente a nova legislatura parlamentar passa a contar, a partir de hoje, com umas «caloiras» muito atraentes.

Eu fico...na oposição

Sócrates desafiou Ferreira Leite para aliada política. A líder do PSD, quiçá surpreendida com a proposta, recusou. Portas promoveu uma conferência de imprensa depois de ter sido recebido pelo primeiro-ministro, indigitado, não esquecer, a assegurar «eu fico» na oposição. Parece que não foi convidado (ohh!) e mesmo que tivesse sido não podia aceitar. Perderia o eleitorado conquistado nas últimas legislativas e ficaria conhecido como «Portas vai com todos». Certo, certo, é que na oposição o pelouro do rendimento mínimo, da segurança e dos agricultores será dele e da sua pandilha. E desta feita com um pequeno exército de quase duas dezenas de parlamentares que bem coordenados podem valer mais que os pouco mais de 80 sociais-democratas representados nas bancadas de S. Bento.

14 outubro, 2009

A frase do dia

«Não há diálogos, nem entendimentos que possam tirar o país do buraco enquanto um Governo gerido por ele [José Sócrates] estiver em funções. Isto vai ser um desastre completo», Vasco Graça Moura, em declarações à TSF, defendendo a queda o mais depressa possível do próximo executivo socialista, 14 Outubro 2009

O que faz falta é animar a Malta

A TVI brindou-nos nesta tarde, no seu canal 24 horas, com uma reportagem cretina, bem à sua maneira. No concelho de Pinhel, Guarda, fica uma aldeia chamada Malta. Aproveitando o jogo desta noite entre Portugal e Malta, a selecção de futebol, bem entendido, o repórter deu-se ao trabalho de entrevistar os habitantes da localidade com perguntas deste nível: «Então, logo vai apoiar Malta ou a nossa malta?». Confrangedor. Patético. Asfixiante, como agora se diz. Talvez a ERC se queira pronunciar. Não ficaria mal.

13 outubro, 2009

A vereadora sustentável

Todos repararam nela na noite eleitoral, aquando do discurso de derrota de Santana Lopes. Eu também e fui investigar quem era a senhora. Uma morena, uma excepção tendo em conta a conhecida predilecção de Santana por louras. Chama-se Livia Tirone (curioso nome), ostenta uns bem conservados 48 anos, é arquitecta pioneira em construção sustentável e dirige uma agência de energia ambiental chamada Lisboa E-Nova. Acaba de ser eleita vereadora da Câmara de Lisboa onde promete ser a ponta de lança da oposição contra os eventuais desmandos do seu colega, arquitecto e vereador, Manuel Salgado. Não se admire se passar a ser chamada a nova «santanete».

Da caminha para o Benfica

Célebre pelas suas declarações nos Jogos de Pequim que «na caminha é que se estava bem», Marco Fortes protagonizou hoje sensacional transferência no competitivo mercado do lançamento do peso, abandonando o Sporting para ingressar no Benfica. Fortes é o exemplo acabado do atleta elevado a «bode expiatório» do fracasso de praticamente toda a delegação olímpica lusa, que apenas pela sua inabilidade de expressão foi sacrificado no pelourinho. Se calhar vamos ouvir falar dele, pelos melhores motivos, em Londres 2012.