10 setembro, 2008

Cidadãs-polícia

A onda de criminalidade que ocupou os noticiários do Verão começou no Entroncamento, com o espancamento de dois agentes que tentavam identificar um grupo de indivíduos suspeitos nas imediações do cemitério. Ainda lhes roubaram uma caçadeira e o caso deu origem a um cerco policial, na Abrançalha, Abrantes. Na ocasião, um agente do Grupo de Operações Especiais (GOE) acabou ferido em circunstâncias pouco claras.
Pelos vistos depois da noite de 27 de Julho, a Esquadra do Entroncamento parece encarar a missão com outras cautelas. Ontem, à noite, foi furtada uma bicicleta do interior de um prédio. Quando a proprietária do velocípede ligou para a PSP disseram-lhe para apresentar queixa no dia seguinte. Não convencida, decidiu-se a dar umas voltas nos arredores e deparou-se com a duas rodas estacionada no parque do gimnodesportivo municipal. Azares, se a polícia atendesse à chamada, era bem provável que tivesse dado com a «pasteleira» numa das rondas dos carros patrulha. Um caso simples, mas um sucesso estatístico.
Assim teve de ser a respeitável e cinquentenária cidadã a resolver o crime, auxiliada por uma vizinha quase septuagenária. E ninguém recebeu enxertos de porrada ou deixou que lhe roubassem a arma.

«Lipstick on a pig»

Promete ser o grande sound byte da campanha presidencial americana. Numa alusão à senhora Palin, Barack Obama disse ontem num comício que «pode-se pintar os lábios de um porco (lipstick on a pig), mas será sempre um porco». A associação adequa-se perfeiramente, visto que que o melhor amigo da governadora do Alaska é um baton. A polémica está servida.

09 setembro, 2008

Viu este homem?

Desapareceu de casa dos seus pais há mais de um mês, Kim Jong, presidente da Coreia do Norte, um dos «eixos do mal». A população teme que o seu «querido líder» tenha sofrido um enfarte cerebral nas últimas semanas. Hoje não compareceu ao desfile para comemorar o 60.º aniversário da fundação do seu país. Se souber do seu paradeiro, informe, imediatamente a Polícia Judiciária de Pyonyang.

Ministro com queda para os filmes

O ministro Rui Pereira não deve muito à telegenia, mas deve ser dos políticos com imaginação mais fértil da nossa praça. Confrontado com o incidente no interior da esquadra de Portimão, que terminou com um jovem de 31 anos ferido muito grave, baleado pelo agressor contra quem apresentava queixa, o MAI recuou no tempo, nada mais nada menos do que 45 anos, para explicar que não houve ineficácia policial no Algarve. Pereira estabeleceu uma analogia com o homicídio de Lee Oswald, morto a tiro em 1963 na cave da esquadra de Dallas, já depois de ter sido detido por suspeita de envolvimento no assassínio do ex-Presidente norte-americano John Kennedy. «Na altura, ninguém criticou a acção policial», concluiu Rui Pereira.
Adopte mais políticas e faça menos filmes, senhor ministro...!

Wonder Palin

A nova «Wonder Woman» do imaginário americano chama-se Sarah Palin, a candidata a vice-presidente de John McCain. A sua popularidade sobe diariamente e até já tem direito à própria boneca. Por 16 dólares, os fãs da governadora do Alaska podem levar um «souvenir» para casa. Porque é que Obama não pensou na réplica democrata de Palin?

A frase do dia

«Não tenho nada nada a ver com com os personagens da ficção que continua a ser a vida PSD nacional. Estou acima desses grupos, não tenho nada a ver com as personagens da novela que decorre já há algum tempo», Alberto João Jardim, Agência Lusa, 9 Setembro de 2008

Milagre de Fátima

O Ministério Público pediu hoje a absolvição de Fátima Felgueiras em 9 dos 23 crimes de que está acusada, no processo Saco Azul. Agora que se fala da candidatura de Fatinha nas autárquicas de 2009, está bom de ver o desfecho do processo contra a autarca, que prometeu arrastar para a lama os pesos pesados do PS, Sócrates e Coelho incluídos, caso as coisas dessem para o torto em tribunal.

Haja paciência!

Cavaco parece não ter noção dos limites dos portugueses. No dia 31 de Julho, com a malta já de trouxa às costas para demandar outras paragens, fez uma comunicação improvável sobre o Estatuto dos Açores. Hoje, questionado pelos jornalistas, sobre as alterações que o PS anunciou que irá introduzir à nova Lei do Divórcio, disse: «Peço aos portugueses que leiam na íntegra o que escrevi e enviei à Assembleia da República». Com todo o respeito, senhor Presidente, não há paciência. Não pode pedir a um das suas dúzias de assessores para trocar o que escreveu por miúdos?